domingo, 8 de outubro de 2023

Quando virdes essas coisas

 ³³ "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas."

Mateus 24:33

   A uma pergunta dos apóstolos, Jesus discorre sobre uma ênfase acertada em seu eixo. Trata-se de uma questão atual, cuja ênfase perdura.

   A construção do templo era um orgulho nacional para os judeus. Sua origem estava envolvida num pacto entre Deus e seus dois principais reis: Davi e Salomão.

   O primeiro, teve no coração o desejo de erguer, para o Senhor, uma casa. Deus adverte de que não habita templos erguidos por mãos humanas. Embora aceite, como o foi com Moisés, no deserto, que os planos de se erguer o templo sejam definidos.

   Mas revela a Davi que o reino a ele prometido, em profecia, não é humano, porém eterno. Que ele mesmo, como rei, não será o edificador do templo (e nem do reino), mas seu filho Salomão (do templo, e Jesus, Filho de Deus, do Reino eterno). E que essa aliança se estende a todo o povo de Israel (aliás, a todas as nações, como prometido a Abraão).

    Em Êxodo 40,34, tanto quanto em 2 Crônicas 7,1, a glória do Senhor aparece, seja na consagração da Tenda do Tabernáculo, no deserto, quanto na consagração do Templo, em Jerusalém.

   Dessa forma, Deus legítima a intenção das duas casas, seja aquela dos primórdios, ainda da peregrinação pelo deserto, seja esta mais recente e definitiva, sob Salomão.

   Mas ao longo da história do povo, a referência do templo, que indica a presença do Senhor, perde sua força simbólica, em função da infidelidade do povo de Israel.

   A injustiça social denunciada pelos profetas, assim como a corrupção moral do sacerdócio e insistência do povo em seguir a idolatria, afastam do Templo a glória do Senhor.

   Como insiste em denunciar Jeremias, não é o Templo que é santo, não o lugar, em si, mas quem oferece a oferta e quem foi indicado por Deus que o reprensente. E Ezequiel, em sua vocação, como profeta, vê a glória do Senhor fora se sua casa, mas presente entre os exilados.

   Portanto, Jesus retoma a ênfase de Jeremias, quando indica que não é a construção do templo que guarda consigo a presença de Deus, mas a revelação, em si, de onde, verdadeiramente, Deus habita.

   Jesus alinha os sinais: 1. virão muitos, falsamente, em seu nome; 2. rumores de guerras, nação contra nação; 3. perseguição contra a igreja; 4. razão, por que, muitos esfriarão na fé; 5. a pregação do evangelho se espalhará por todo o mundo.

   Logo depois Jesus se concentra nos acontecimentos históricos mais próximos e relacionados especificamente a Israel. Mas todas essas menções de Jesus têm dupla referência, aplicando-se a Isarel, assim como aos acontecimentos escatológicos.

   Jesus enumera: 1. fuga alucinada e atribulada pela surpresa dos acontecimentos; 2. uma tribulação incomparável, como nenhuma outra; 3. falsos Cristos e falsos profetas com surpreendentes sinais e prodígios do engano; 4. sinais nos astros, como foi estabelecido em Gênesis 1,14.

   Então virá no céu o sinal do Filho do homem. Diferente de quando, pela prirmeira vez, anjos somente anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus, deste vez ele mesmo aparecerá. E os anjos, com ele, recolherão os salvos por onde se acham dispersos.

   Com esse sermão Jesus ajusta o eixo de suas predições e como devemos esperar: 1. nós somos o templo de Deus, onde habita o seu Espírito e é vista a sua glória; 2. o evangelho é a prioridade de proclamação da igreja, já como um sinal de vinda iminente de Jesus; 3. guardamos conosco a autenticidade da fé na pessoa de Jesus, sem que nos deixemos enganar por falsos profetas, pelo falso Cristo e por sinais e prodígios da mentira.

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