²⁵ "Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. ²⁶ Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo." Jo 4.
Jesus atesta sua identidade frente a mulher samaritana. Ela sai daquela conversa também com sua identidade definida. Qual é a nossa identidade?
Pela carteira, somos nome e número. Para nós mesmos, um arranjo de impressões. Está na moda hoje o autoconhecimento. A ideia seria elaborar um conjunto de narrativas sobre si mesmo.
A samaritana, na volta à cidade, esquerda do cântaro de trazer água, disse aos seu amigos:
²⁸ "Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: ²⁹ Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Jo 4.
Ela já sabia tratar-se de Jesus. E para ela, Jesus definirá sua identidade. Porque havia dito tudo sobre ela a ela mesma. Quer dizer, quem encontra Jesus, tem dele o conhecimento de si próprio.
E ela afirma aos amigos ser Jesus o Cristo. A pergunta é retórica, num tom em que a declaração a respeito de Jesus soa de forma afirmativa. Ela já tinha certeza de que Jesus é o Cristo.
Aos discípulos, próximo de sua morte, no contexto da pascoal, Jesus afirma:
⁶ "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." Jo 14.
Porque a identidade de Jesus se define pelo que Ele é a nosso favor. Caminho, porque estamos perdidos. Verdade, porque fomos enganados. E vida, porque estamos "mortos em delitos e pecados".
E a serpente, aquela mesma, que por aí pensam que só apareceu na história do Éden, segue enganando. E só contrapondo a verdade de Jesus ao veneno dela é que não se deixam enganar. É melhor não tentar ouvi-la, sem assistência do Espírito.
Todos esses descaminhos se misturam na condição de nossa existência. Olhar adiante ou para dentro de si mesmo, é ver trevas. Refletir sobre o que sabemos sobre nosso destino ou tentar atinar com nossos desatinos é energia consumida à toa.
E com relação à vida, bem dizia meu pai e fazia meu pai, de vez em quando, visite um cemitério. Muito irônico foi quando ele veio ao Acre, uma única vez, em 1995, no primeiro ano de nossa chegada aqui.
Visitamos Brasileia e nos hospedamos na rua do cemitério. Claro que eu e meu pai o visitamos. E em Rio Branco, morávamos no bairro Floresta. Certo dia, após sua caminhada, meu pai chegou a casa com anotações de lápides do Sao João Batista.
Mas foi ele que me ensinou que a vida não termina no cemitério. Aliás, foi a última vez que o vi em vida. Por ironia, já disse, em agosto de 1996, quando ele é minha mãe já apressavam preços do voo Varig para voltar ao Acre, eu que paguei o voo para sepultá-lo no Rio.
Jesus disse ser vida. Meu pai assim creu e assim me ensinou. A samaritana assim o identificou. Ele me conhece. E tudo o que conhece de mim me basta. A minha identidade foi resgatada por Jesus.
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