segunda-feira, 13 de setembro de 2021

"Eu escolho você".

      

        Todo filho já, de antemão, é um milagre. No caso de Isaac, mais ainda, porque Regina contraiu oligodramia, que é a absorção silenciosa, pelo organismo da mãe, do líquido amniótico, o qual supre o bebê ainda na placenta.

      Na tarde do dia 20 de abril de 1994, uma quarta-feira, eu estava no centro da cidade do Rio de Janeiro, tentando resolver um problema da conta bancária da igreja, enquanto Regina estava na Tijuca, para onde foi, direto do Colégio Pentágono, onde lecionava, tentando autorizar, pelo plano de saúde, um exame que confirmaria a hora precisa do parto.

    Já sabíamos que seria cesariana, porque o menino insistia em permanecer sentado, de boa. Não havia celular. A toda a hora eu solicitava à gerente do banco que me permitisse ligar para a clinica onde a mãe se encontrava, e ela me dizia ainda não, repetidamente. O prazo para autorização, em São Paulo, encerrava às 17h, e estávamos em contagem regressiva.

     O milagre começou aí. Porque o técnico que faria o exame, cardiotocografia, a toda hora, dizia que ia sair às 17h, que o próximo seria o último a ser atendido, e esse suspense foi até 17h45, quando o rapaz veio dizer que ia sair, a secretária, por desencargo de consciência insistia num contato já fora do prazo que, dentro do prazo não surtiu efeito.

     Deus interveio. São Paulo atendeu. Autorizou. O técnico disse: quando você teve sua última refeição? Regina respondeu: "Um cafezinho, às 15h". O rapaz sentenciou: "Liga para o seu médico, porque Isaac está em "sofrimento de parto".

     Recebi o contato. Resolvido o caso no banco, rumei para a clinica, levei Regina a casa, ela pegou sua malinha, e disse: "Vou ali, ganhar o Isaac". Eu falei, ora, se vamos: Amanda não pode ficar solteira. Havia ligado para o Dr Marinaldo, cuja esposa, Ana, era secretária, no consultório, e instrumentadora cirúrgica. Assisti ao parto. Era o mais chorão naquele berçário.

     Já nasceu reclamando. Passei a noite indo e vindo para vê-lo através da parede de vidro. Manhã seguinte, tirei a primeira foto. Porque a "máquina de retrato", essa peça de museu, falhou em seu flash. Então, vamos às seções de fotos, porque legenda também é texto.

A mãe, compenetradíssima: "E agora?". O pai, bobo. E com a bisavó materna, Eunice.        

                         

Apresentação da igreja.

       

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