sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Teologia do encontro - 2

       O encontro com o casal. Um vexame a justificativa do homem. Nessa história do diálogo com Deus no encontro desse dia, nós os homens ficamos com os maiores micos primordiais.

    Vergonhosas justificativas. Não foi, definitivamente, coisa de homem, no sentido lato, dizer que havia se escondido porque estava nu. Por etapas, ele disse: 1. Ouvi a tua voz, ok, isso era rotina e esperado: a voz de Deus sempre está disponível.

     2. Porque estava nu, desculpa esfarrapada, porque nu Deus o havia feito, mas sim, estava, sem saber, certo no que disse: a nudez começava a ser outra, sem inocência e cheia de vergonha.

    3. Tive medo, ora, sintomática a razão desse medo: o temor de Deus (e tremor), como diz Paulo, mas aí já misturado ao sentimento de culpa. E 4. Eu me escondi, aqui a recamada vergonha, vexame e covardia: deveria ter dito, como a mulher, fomos enganados e comemos. Ah, sim, tem mais esta: como se esconder de Deus? 

     Que encontro esse. Avaliando, a gente diria, caramba, eu não queria ser esse casal. Mas somos. E estamos nus. E fora do paraíso. Ao inverso, se quisermos repassar essa lição, podemos caminhar de trás para a frente.

     1. Reconhecer a culpa, sabendo que também somos Adão e Eva e, dessa culpa, não estamos livres, herdamos essa síndrome do pecado e carecemos desse encontro.

   2. Sim, reaprender o temor e o tremor do Senhor, mas sem fobia, sem essa doença do medo e da covardia, porque o fruto do pecado, ele que nos corrói e devora, por dentro, rouba o nossa vocação para a alegria e somente há cura no diagnóstico que Deus revela.

    3. Nus todos estamos. Vamos, definitivamente, retirar a nossa máscara. Tenhamos vergonha na cara. Façamos a oração, Deus, me revela em minha nudez e me veste com Tuas roupas. Deus nos criou numa nudez de inocência e nós assimilamos a nudez da vergonha e da culpa. E nem sabemos, como diz João Apóstolo, que estamos pobres, cegos, miseráveis e nus e, por isso, infelizes.

    4. O encontro, enfim, o caminho de retorno. Até Vinicius de Moares entendeu que a vida é a arte do encontro. Bela definição para vida. Jesus se autointitulou caminho, verdade (que também nudez) e vida. Só há um caminho a trilhar, e esse é o do encontro com Deus, para viver vida em plenitude.

     Jesus disse: eu vim para que tenham vida e vida em plenitude. Faça o caminho de retorno. 

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