segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Jesus e o valor do simples

    Certa vez escrevi um texto que falava de como Jesus saía, por ali, pelas cercanias do chamado Mar da Galileia, provocando conversa com um e com outros. Sem dúvida um bonachão conversador, sem que perdesse nenhuma oportunidade.

     E que conversas. Também já escrevi sobre crentes que marcam nossas vidas, pelas igrejas por onde passamos, com seu modelo de vida, capacidade e profundidade, principalmente simplicidade com que compreendem e reproduzem, em suas vidas, o modo genuinamente evangélico de ser.

     Desta vez quero escrever sobre uma antiga amizade, de vizinhas chegadas e apegadas, cuja conversa, entre tantas outras, era Jesus. Maria Alcir e Antônia "Bebé", desde sempre nessa calçada da foto, certo dia começaram a conversar sobre Jesus.

     Esse tipo de conversa chegou a Alcir, por  meio do pastor Nelson Rosa, que começava ali, pelas quebradas da Rua Formosa, uma escolinha bíblica com um grupo de crianças. As casas de Alcir e Bebé era vizinhas, na esquina de Isaura Parente com a antiga Rua dos Buritis, hoje Saldanha Marinho.

      Hoje Alcir reside numa casa de alvenaria, bem pertinho, colada mesmo à casa de sua amiga de mais de 30 anos. Naquela época, nesse terreno havia uma casinha de madeira, onde Nelson e esses novos convertidos, incluindo Alcir, sua irmã Graça, os dois filhos e o grupo inicial da futura igreja começaram a se reunir.

      Na casa da esquina, fosse na varanda da frente ou na garagem dos fundos, o grupo continuou a se reunir. Constituíam a Congregação da Isaura Parente. Até que, em 1998, Bebé alugou, por um preço simbólico, uma outra casinha de madeira grudada a essa casa de esquina, onde a agora igreja recém-organizada se instalou.

     O grupo também esteve abrigado nas salas da Escola Lindaura Leitão, prédio que precisou ser demolido, por causa de problemas estruturais. O trabalho com crianças, à beira do igarapé, rendeu frutos, como diz Jesus, a 100 por 1. Muitas delas hoje estão casadas, firmes na igreja, discipulando os filhos nos caminhos de Jesus.

     A amizade entre Alcir e Bebé simboliza e concretiza esse estilo de Jesus, de sair por aí espalhando as boas novas do evangelho. Em sua conversa, Alcir ajudava Bebé a compreender, de maneira exata, o evangelho, tendo a Bíblia como referência.

    São fotos do mesmo dia, com umas 2 h de diferença, essa de Bebé, como faz todas as manhãs, lendo sua Bíblia na porta de casa, e essa, emblemática, de Alcir e sua amiga, pondo em dia sua conversa sadia.

     Esse tal Jesus e seu costume de se dedicar a dar de seu tempo às conversas e às pessoas. Quanto ainda temos de aprender com ele, pondo em prática em nossa vida. A conversa com Alcir despertou em Bebé, ela conta, uma santa ansiedade. Deve ser o que o salmista chama de "sede de Deus", no Salmo 42: "A minha alma tem sede de Deus".

     Bem sabia Bebé que, um dia, hospedaria em sua casa, como Alcir e Graça o fizeram, a igreja de Jesus. Mais uma igreja que começa numa casa, ou melhor, em duas casas, uma sua e outra da vizinha.

     Essas duas têm toda a eternidade para bater papo juntas. Gozado esse Jesus e coisas simples que nos ensina. Como seria muito melhor, cada vez e mais ainda melhor a vida, pondo em prática as coisas simples que Jesus ensina. 

As três amigas: Bebé, Alcir e a mana Graça.

A casa da esquina, de Graça Daniel,
que hospedou a congregação. 

A casa grudada à da esquina:
nela Bebé hospedou a igreja.

De novo, Bebé, amiga de 
Graça e Alcir, como sempre,
lendo sua Bíblia ao amanhecer. 








Um comentário: