domingo, 24 de dezembro de 2023

Se liga, mano: é Natal de Jesus

 "E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: ¹⁴ Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." Lucas 2:13,14.

    Anjos misturado com pastores do campo. Dois níveis muito diversos. Um deles, celestial, místico, espiritual. Outro, terreno, geográfico, histórico e cultural.

  Alguns, quem sabe até, muitos dirão que se trata de uma cena muito linda e figurativa, embora inexequível. Carregada de um simbolismo essencial, magnífico, humano e enigmático.

   Entregue às ciências humanas, pode ganhar amplo espectro de interpretações, entregue à ciência das religiões, psicologia, sociologia, enfim, à filosofia. Sem ciência não entendemos o mundo à nossa volta.

   Mas literal, jamais. Anjos são personagens figurativas. Precisamos de exegetas que nos esclareçam o sentido do texto, para não sermos conduzidos aos equívocos históricos das interpretações literais.

   Ainda bem que a cena bíblica principal não é essa. Ufa! Mas esperem, então, qual é mesmo? Ora, para uma síntese da Bíblia, podemos antecipar o seguinte texto:

    "Por isso o Senhor mesmo dará a vocês um sinal: a virgem ficará grávida, dará à luz um filho e o chamará Emanuel." Isaías 7,14.

   Trata-se do anúncio, da profecia, se desejam o termo técnico, de que uma virgem seria engravidada pelo poder de Deus. Na verdade, não que seja o poder de Deus que a engravidaria, mas sim que Deus encarnou, nascendo dela.

    Opa! Chegamos ao ponto central das Escrituras. O Filho profetizado no Antigo Testamento é o menino testemunhado no Novo Testamento. Assim, desse jeito: "O Verbo se fez carne e habitou no meio de nós", Jo 1,14, essa a síntese.

    Ah, sim: por falar em anjos, foi um deles que deu  à vigem esse recado. Anjos não existem. Certo. Deus também não existe. E essa história de que encarnou, ou seja, Deus se fez homem na Pessoa do Filho dEle, Jesus Cristo, é o maior blefe da história.

   Se pensas assim, num extremo reducionismo, paciência. Não estamos aqui para lhe contradizer. Porque temos fé na existência de Deus. Embora haja os que têm fé na não existência de Deus.

   Trata-se de uma fé ao inverso. Pois saiba que tudo isso não depende de nossa fé para que seja verdadeiro. Não fomos nós que inventamos. Aliás, não foi inventado. Ocorreu o inverso: é verdeiro, primeiro, para somente então crermos.

    Deus se revela a cada um, para que então creia. Mas isso é voluntario. Deus é o único ser que nunca constrange, a não ser pelo amor. A fé não traça a direção de nós para uma história inventada. A fé provém da verdadeira história, para então se crer.

    Por isso que os anjos apareceram, naquela noite, numa explosão de alegria e glória a Deus. E justamente aos anônimos pastores, gente miúda e desprezada, como corriqueiramente ocorre (do que muita gente se aproveita na manipulação do "discurso do oprimido), a esses pequenos, anunciaram o maior e mais fantástico acontecimento.

    Nasceu o menino. Deus encarnou. O Salvador chegou. Pronto para se revelar a você. Sensacional esses anjos. Se liga, mano, literalmente, nessa história.

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