sábado, 30 de dezembro de 2023

Feliz 2024 (ou siga a sugestão de d. Betty Presunto)

 Eu tive uma professora de hebraico chamada Betty Bacon. Por causa do Bacon, a gente até fazia piada.

    E ela topava, por ser também britânica e muito irônica. Gozadora, no português do cais do porto. O marido era Henry "Presunto", também. Já falamos sobre ele neste blog.

   Pulou de paraquedas na Normandia, em 5 de junho de 1944, vai fazer 80 anos ano que vem. Leia sobre eles nos links ao final deste texto.

   Mas d. Betty Bacon, como a chamávamos, ela nos ensinava hebraico. E também sugeria que lêssemos a Bíblia do seguinte modo: supondo ser o livro em questão o único que existisse.

   E assim, descobrir o que falava sobre pontos centrais, como a fé, sobre Deus, sobre Jesus, sobre a salvação, enfim. Apliquei isso hoje e o fiz na carta aos Efésios.

   Talvez a que fale de amor do modo mais radical. E interessante, exatamente a uma igreja que terá problema exatamente nessa área. Entre esta carta de Paulo e a de Jesus, no Apocalipse, decorreram uns 40 anos.

   Efésios inicia com um Bendito dirigido ao Deus de bênçãos que abençoa com toda a sorte de bênçãos. Assim mesmo, redundante. Para logo dizer que elas vêm por meio e em Cristo.

  E que esse Deus nos ama desde antes da criação do mundo. E que nos direcionou para esse amor que, segundo Paulo aos Romanos, é derramado pelo Espírito em nossos corações.

   Não se trata de uma conta de dividir. A matemática de Deus é diferente. Ele não tem um amor infinito que, infinitamente, derrama numa conta matemática de dividir, cabendo então uma parcela infinitamente subdividida a cada um.

   Não. Ele, que é amor, derrama-se a Si mesmo no coração de cada um que nEle crê (porque sem fé, é impossível agradar a Deus), Ele derramado pelo Espírito no coração de cada um. Deus deu-se a Si mesmo em Cristo inteiro, todo, derramado no coração de cada um que crê.

   Na carta aos Efésios, Paulo ora para que a gente compreenda isso. Muito embora ele diga que (1) está acima de nossa compreensão, (2) que não tem limite essa doação de Deus, (3) que se confirma pela presença do Espírito em nós, (4) que isso significa ser tomado de toda a plenitude de Deus e (5) Deus ainda pode fazer infinitamente mais do que isso pedido ou pensado por nós.

   Está bom para você? Espera de 2024 algo mais, algo diferente disto ou isso exposto numa intensidade ainda maior? Será possível ou a Bíblia é o livro do blefe. Como está na moda dizer, é Fake?

    Lendo Efésios. Sejamos cuidadosos. 40 anos, mais ou menos, depois dessa carta de Paulo, Jesus repreendeu essa mesma igreja advertindo que haviam perdido o amor.

    Era uma cidade grande, era uma igreja grande, grande era a Diana (e o orgulho, veja em Atos 19) dos efésios. A vaidade da cidade invadiu aquela igreja. De tão autocompetente, virou a ONG de Éfeso.

   Caso não compreendesse a advertência de Jesus, este lhe moveria o candeeiro. No caso, teríamos 7 - 1 = 6 igrejas do Apocalipse. Sejamos sábios e humildes, como crianças, reconhecendo nossa fragilidade e dependência de Deus.

   Vamos nos permitir ser exortados a acolher o evangelho, depurado de nossa visão estreita. Tentar vivê-lo em plenitude, segundo essa proposta feita aos Efésios.

   E um Feliz 2024 para nós.

Links da história do casal Bacon:
1. Dona Betty:
2. Professor Henry Bacon:

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