domingo, 28 de fevereiro de 2021

Visões da Bíblia - Jacó e sua escada - 1

 "Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela". Gn 28:11,12


     Jacó pousou em "certo lugar" a que, posteriormente, dará nome. Fez uma pedra de travesseiro. E sonhou.

     No caso, o que é raro na Bíblia e não autoriza nenhuma regra, seu sonho tinha um significado.

    A escada que avistou nele unia céu e terra e apresentava um sobe e desce de anjos, movimento febril, segundo se desenha ao leitor.

    A nota principal indicada é que perto de Jacó estava o Senhor. Que lhe vai assinalar as promessas de que é alvo, associadas a Abraão, seu avô.

    Assinalaremos o seu sentido no próximo texto, porque neste desejamos refletir sobre a visão propriamente dita, o cenário do movimento dos anjos.

    A escada estabelece ligação entre céu e terra e a movimentação dos anjos a indicação de expediente contínuo.

    É para Jacó compreender que do céu à terra e da terra ao céu existe uma correspondência de atuação dos anjos, ao mesmo tempo estabelecendo contato, assim como uma agenda pré-definida, diligente e contínua a seu favor.

     Vale destacar que a história de Jacó está sendo escrita, assim como programada, não exclusivamente por ele, com seus erros e acertos, de uma maneira, digamos, propedêutica.

     Isso quer dizer que, de forma propositiva e dentro da providência de Dsus, os fatos relacionados à vida de Jacó e à sua peregrinação, ainda que de uma forma forçada por sua trapaça com o irmão e cumplicidade com a mãe, não escapam aos cuidados de Deus e vão cumprir Seus propósitos.

    O que não quer dizer, absolutamente, que Deus abençoa os trapaceiros ou sempre distorce ou conserta nossos erros.  Mas sim que, de modo único, Ele cumpre os propósitos de bênçãos a nosso favor, evitando que sejamos autodestrutivos.

    Sempre haverá um expediente intenso a nosso favor, um azáfama de anjos num fluxo de mão dupla entre a terra e o céu, mesmo porque estamos todos incluídos na bênção de Jacó, definitivamente.

    Por um lado, porque todos somos, por modo semelhante, trapaceiros, senão exatamente pelo que ele fez, seremos por outra variação qualquer. E, por outro lado, é que, do mesmo modo como Deus inclui Jacó em Seus planos, como que nos chama nele, e também individualmente, do mesmo modo como o chamou.

     "Perto dele estava o Senhor e lhe disse", acrescenta o texto. A pergunta, de resposta implícita, seria: de quem Deus não está perto? E a quem Deus não tem algo a dizer?

    A ligação céu-terra, com o sobe e desce angelical, não foi expediente exclusivo a Jacó. É uma indicação de que todos estão (ou estamos) incluídos nas promessas feitas a ele. Bastando que, para isso, não se autoexcluam (ou não nos excluamos).
     

Nenhum comentário:

Postar um comentário