quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Congregacionais no Acre

      A União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - UIECB, órgão que, desde 1969, reúne a fraternidade das Igrejas Evangélicas Congregacionais, na década de 1980, concentrou esforços para implantar, em cada capital do Brasil, focando os Estados onde ainda não havia Igrejas Congregacionais, pelo menos um Campo Missionário.

         Foi quando o pastor Antônio Limeira Neto, de origem no sertão baiano e que, na década de 1940 havia se formado no então IBP – Instituto Bíblico da Pedra de Guaratiba, RJ, fundado em 1914, ocupou o Departamento de Missões da referida UIECB. Revelou-se um líder destacado no esforço missionário denominacional, despertando a vocação de vários pastores, missionários e missionárias.

        Pelo fato de bem conhecer o Nordeste, pôde então reativar Campos Missionários antigos, que necessitavam de assistência emergencial, assim como desafiar novos missionários e missionárias a abrir novos campos. Uma novidade que, na época, despertou nas igrejas grande motivação, foi seu desafio em abrir campos missionários na Região Norte do Brasil.

       Naquela época, a UIECB promovia uma Campanha de Missões, sempre anual, com culminância no segundo domingo de julho, a cada ano. Eu me lembro que, em 1972, com idade ainda de 15 anos, minha igreja de infância, a Igreja Evangélica Congregacional de Cascadura, no Rio de Janeiro, iniciou um ranking de cultos missionários, bazares de ação social e lanches, após as reuniões de domingo à noite, que rendiam, na época, as maiores ofertas entre todas as demais igrejas.

       Foi nesse período da década de 1980 que o pastor Antônio Limeira desafiou, ao mesmo tempo, missionários para o Amazonas, em Manaus, seu genro, o pastor Nelson Pereira de Sá e sua esposa, Nídia d’Ávila Limeira de Sá, para Boa Vista, RR, uma família inteira, a partir da zona oeste do Rio de Janeiro, em Campo Grande, a família Castro, e para Rio Branco, AC, o pastor Nelson Rosa e sua esposa Josilene Rosa.

       O casal Nelson e Josilene Rosa haviam estudado teologia no Nordeste, ele no Seminário Teológico Congregacional do Nordeste, em Tejipió, Recife, PE, fundado em 1926, e ela no Seminário Betel Brasileiro, em João Pessoa, PB. Uma vez desafiados e recém-casados, chegaram ao Acre em 1984, instalando-se numa residência alugada ao atual Senador Sérgio Petecão, no bairro do Bosque. Ali começaram seu trabalho de evangelização, reunindo um primeiro grupo na própria varanda externa daquela casa.

      Por meio de outros contatos, o casal iniciou outro núcleo na Estação Experimental, assim como na Vila Betel, em função da participação de pastores evangélicos na severa alagação de 1988, quando os desabrigados foram para esse local deslocados, devido ajuda que receberam da Visão Mundial e dos lotes doados a cada denominação evangélica empenhada nessa ajuda. Esse foi o tempo de organização da AMEACRE – Associação dos Ministros Evangélicos do Acre, em função de um órgão que, por meio de registro oficial, pudesse receber desse órgão internacional, World Vision Internacional, para a Visão Mundial Brasil a ajuda dirigida ao Acre naquela época.

      Assim, Vila Betel, Estação Experimental e, posteriormente, com a mudança do casal Rosa para o Tancredo Neves, com o começo de outro núcleo no Alto Alegre, o casal Rosa passou a cuidar desses quatro pontos de congregações. Em agosto 1993, o presidente da mesa executiva da UIECB, pastor Paulo Leite da Costa, juntamente com outros dois pastores, Cid Mauro Araujo de Oliveira e Nilson Ferreira Braga, acompanhados do motorista Julimar Ferreira de Lima, dirigiram-se ao Acre, visando também conhecer Porto Velho, RO, com o objetivo de implantar nesta capital um campo missionário, por ser Rondônia um estado onde ainda não havia igrejas evangélicas congregacionais.

        Nessa viagem, o pastor Nelson Rosa compartilhou seu desejo de buscar trabalhar em outros campos missionários. Não era, ainda, uma decisão assumida, mas estava em estudo com sua esposa. De imediato, o pastor Cid Mauro, recém-casado em janeiro daquele ano, afirmou que, uma vez decido e com a concordância de sua esposa, Regina Coeli Benevides Oliveira, estava disposto a ocupar, em Rio Branco, AC, o lugar do pastor Nelson e sua esposa.

       Com a continuidade do planejamento e por meio da certeza, em oração, ficou acertado que, em janeiro de 1995, o casal Cid Mauro e Regina, com seu filho Isaac Benevides Oliveira, na época com 8 meses, viriam para Rio Branco. O pastor Nelson e sua esposa ficariam nesse ano com o casal recém-chegado, para adaptação dele e, em 1996, seguiriam para Porto Velho, onde implantariam a primeira Igreja Evangélica Congregacional naquele estado. Todo esse planejamento se efetuou.

       Atualmente, há quatro Igrejas Evangélicas Congregacionais em Rio Branco: no Tancredo Neves, na Vila Betel II, no Ilson Ribeiro e no Geraldo Fleming, este sendo o grupo da Estação Experimental que, posteriormente, adquiriu seu terreno para a construção de seu templo, que ocorreu entre 2002 e 2004. Há duas Congregações, assim chamados os núcleos em vias de se tornar igrejas autônomas, como se dá no regime de governo congregacional. Uma na Nova Estação e outra no Eldorado. São quatro os pastores que estão cuidando dessas igrejas e congregações: Cid Mauro, Nelson Rosa, Alexandre Silva Caria e Jeremias de Souza Santos. 

      Recentemente, as igrejas e congregações estão desafiadas a iniciar, em Cruzeiro do Sul, um campo missionário. Os pastores ainda vão se reunir e aguardam a visita de uma família missionária, de origem no município de São Gonçalo, RJ, que estuda a possibilidade e a vocação de se juntar a nós para esse desafio.

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