sábado, 7 de maio de 2022

Aprendendo com três mães da Bíblia

    Para tudo na Bíblia há um padrão. Podemos chamar de padrão divino. Pedro vão mencionar sermos "participantes da natureza de Deus", enquanto Paulo vai dizer "tomados de toda a plenitude de Deus".

    Uam vez terminada a criação, no padrão de qualidade de Deus, a Bíblia diz: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" . Gn 1:31. Homem e mulher já estavam incluídos nessa avaliação.

   Deus ver, com Seus olhos de avaliação, e dizer que está "muito bom" é o padrão. Com a continuidade da história não foi bom que o homem estivesse só. Deus lhe deu uma auxiliadora idônea.

   Quem precisa de auxílio é porque, sozinho, não levará a bom termo o que tem para fazer. E se o auxílio for idôneo, é porque não há outro melhor de que esse. Estavam homem e mulher na condição original:

      "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Gn  1:27. Para logo depois de não agirem mais dentro do muito bom de Deus, a relação entre os dois mudar: "...o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará". Gn 3:16.

    A partir daí houve um desnível, tanto na relação com Deus, quanto na relação entre o casal, questão que se reflete, até hoje, na relação entre os seus descentes. Aliás, tragédia anunciada, o Filho mais velho desse casal assassinou o mais novo.

    Ninguém esperava ou desejava que fosse assim. Mas estava inaugurada a era da intolerância e do valor mínimo desprezível dado pelo homem ou mulher ao seu semelhante. Deus logo vai instituir o padrão "amar a Deus sobre todas as coisas" e, por lógica e por extensão, "ao próximo como a si mesmo". Mt 22,36-40.

     Ao longo das Escrituras é possível acompanhar o perfil de homens e de mulheres, por vezes casais que estabeleceram, com Deus e entre si, o padrão. A começar pela própria Eva. Uma mulher de oração, mãe e avó de testemunho.

   Eu às vezes penso que a fé que é legado de Abel, ele aprendeu com Eva, e a mágoa de Caim ele a viu primeiro em seu pai Adão. Vem daí a mania do homem em ver, na mulher, mais culpa e mais defeitos do que nele mesmo. Pura ilusão. E machismo.

     Eva transmite ao neto Enos, como Loide fez a Timóteo, uma fé sem hipocrisia. E quem anotou Gn 4,26: "...daí se começou a invocar o nome do Senhor"., esqueceu as mulheres. Porque se Abel, que "mesmo depois de morto ainda fala", invocava o nome do Senhor, antes de Enos ter aprendido com sua avó Eva, esta mulher já o fazia.

    Com Eva aprendemos a invocar o nome do Senhor e com Abel, como depois Deus ensina a Samuel, a não olhar o exterior, porque o Senhor vê o coração. E para ver como Deus vê, e isso se chama, para nós, fé, precisamos aprender a ver o homem (e a mulher) como Deus vê, e isso se chama igreja.

    E a mãe Ana ensina a orar. Clamor sussurrado. Nem o juiz Eli entendeu que assim se podia orar, derramando a alma. E podia um filho. Mas não era para si. Para devolver ao Senhor. Porque os filhos são herança do Senhor.

"E disse ela: Ah! Meu senhor, tão certo como vives, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao Senhor . Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor , por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o Senhor". 1 Sm 1:26-28.

    Ana é a mulher que compreende uma única vocação, que é a entrega total ao Senhor. Bênção da família que tem uma esposa e uma mãe que compreende que os filhos são herança, benção e vocação do e para o Senhor.

    E a mãe Maria. Com fama de mulher que trai o marido ou mãe solteira. Mas uma mulher que guardava no coração a palavra do Senhor. Por isso o Espírito a procurou. Por isso que sua palavra ao anjo sobre a gravidez: "Como será isso?", Lc 1,34, foi diferente no tom daquela de Zacarias, em Lc 1,18.

    Maria educou Jesus, que aprendeu a obedecer, em Lc 1,80 e 2,51-52, está registrado o desenvolvimento do menino e sua resposta, no Templo, quando surpreendeu sua mãe, demonstrando o modo como compreendia a história que ouviu sobre sua concepção e seu nascimento.

     Três mulheres, três mães, com quem aprendemos invocar o nome do Senhor, orar derramando a alma e guardar no coração a palavra do Senhor. 

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