domingo, 1 de maio de 2022

Escolhei hoje a quem sirvais

"Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal servir ao Senhor , escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor". Josué 24:14,15.

    O imperativo do óbvio. Josué estabelece princípios que soam, para quem ouve, óbvios, bem afeitos e em acordo com a ortodoxia vigente.

    Como que temer ao Senhor, servir com integridade e fidelidade e deitar fora os ídolos fosse automático e efadonhamente rotineiro. Parece encaixar-se à crítica de Malaquias.

   Que saco! "Enfadais o Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?". Malaquias 2:17.

    Para se afirmar, com segurança, como procedeu Josué, ainda incluindo toda a sua família, não se trata de um blefe. Não se pode mais viver a vida cristã como se fosse um blefe.

   A quem enganamos? Essa tentativa de ser falso e cínico é antiga como Adão. Ele que ensaiou dizer, para Deus, diretamente ao Altíssimo: "Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi". Gn 3:10.

    Aliás podemos tomar a pergunta de Deus feita a Adão como modelo: Onde estais? Como estamos? Diante de Deus, os critérios mencionados por Josué se aplicam à nossa vida?

    Temer ao Senhor. Servir com integridade e fidelidade. Deitar fora os ídolos. Raquel tinha consigo ídolos de estimação: Então, disse ela a seu pai: "Não te agastes, meu senhor, por não poder eu levantar-me na tua presença; pois me acho com as regras das mulheres. Ele procurou, contudo não achou os ídolos do lar". Gn 31:35.

    Aqui encontramos uma mulher que não tem a sinceridade de Eva. Josué expõe sua família à análise. Igreja é o lugar onde vidas se expõe para análise. Famílias se expõe para análise.

    Somos o que nossa família é. Ou não somos. Somos, como pessoas, caso se confirme em nós a fé e não uma simulação, que pode até mesmo nos enganar, mas devemos ser, explicitamente, o que Deus deseja que sejamos.

    Josué expõe-se a si, à sua família, e a todo o povo como modelo. Aliás, o povo de Josué era chamado, foi chamado a ser modelo: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel". Êxodo 19:5,6.

    A igreja é composta por famílias, benção maior é toda a família estar na igreja. Mas não é um milk-shake. Cada qual tem seu papel. Há uma relação de retorno em bençãos, porque igreja é lugar de se dar totalmente, receber tudo em troca e de mostrar ao mundo o rosto de Jesus.

    Não é um lugar mágico, não é um lugar místico, não é o cassino de apostas nem a "fábrica de chocolate". É o lugar da morte e ressurreição em Cristo, compreendida a cada dia. De uma vez por todas, não é simulação.

    Josué adverte o povo de que, por sua própria experiência, do que ele conhece que representa servir ao Senhor, ele duvidava do compromisso que o povo estava confirmando: "Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor , porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados". Josué 24:19.
  
     O modelo é Jesus. Evidente que todos somos chamados a ser modelo. Mas a palavra de Deus é nossa matriz. Se somos verdadeiramente convertidos, somos chamados a modelar nossa vida pela palavra. Então a Igreja é o único lugar onde isso acontece.

    Somos chamados a ser igreja e a estar verdadeiramente na igreja e como igreja. Não há família sem que verdadeiramente cada ator ocupe o seu papel, como a Bíblia indica, e não como simulacro.

    Costumo até dizer que uma esposa pode encolher não ser submissa a um marido que não a ame, como Cristo ama a igreja, que é o modelo bíblico, mas como, por exemplo, amar uma esposa voluntariosa, ou seja, não voluntária, cheia de caprichos e vontades?

    Josué estabelece que a congregação do deserto, que agora ele estabelece como congregação em Canaã precisa, família a família, pessoa a pessoa, servir no temor do Senhor, com integridade e fidelidade.

    Integridade, além de significar totalidade, também indica inteireza, sem faltar nenhuma parte, sem nenhuma brecha, nenhuma perda. E fidelidade significa adesão única, sem nenhuma duplicidade de compromisso, sem nenhum retrocesso.

    O compromisso de uma família começa pelo compromisso individual com Deus. O que Josué cobrava de seu povo era esse compromisso individual, sem o qual não se constrói a comunhão que promove igreja.

    Igreja é compromisso com Deus. Por isso que é possível ocorrer uma reflexibilidade, uma reciprocidade, caso o compromisso individual com Deus, que cria igreja, seja estendido à família. Mas isso vai depender do grau de compromisso individual com Deus, para que se possa dizer:

     "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor".

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