sexta-feira, 11 de novembro de 2022

O mal e o trauma da cruz

    Deus é relacional. Muito provavelmente, por isso, criou o ser humano. Porque amor não se vive, nem como Ser eterno imutável, em solidão.

   Relação é o ponto nevrálgico da existência divina. Nervo exposto. Sua encarnação também atende a essa necessidade. Deus se faz homem, por um pouco menor do que os anjos, como diz o texto.

   Por causa da morte. Anjos não morrem. Mas sim o ser humano. Morrem e também matam. Por isso Pedro afirma que, com relação a Jesus, mataram o autor da vida.

   Duplo exagero de Pedro, supervalorizando Jesus e super depreciando a condição humana, como um generalista. Ou então, uma dupla análise exata.

    O crime contra Jesus assinala bem do que é capaz o ser humano. E uma vez confiando-se na descrição dos Evangelhos, ao final, ninguém quis assumir a culpa.

   Se perguntarem a Pilatos, representante do poder romano, lavou suas mãos. Se perguntarem ao staff do templo, saduceus e seus cúmplices do Sinédrio, os fariseus, ambos não assumem e dirão que entregaram a Roma um conspirador.

   Pelo que a Bíblia diz, Jesus é mais do que somente um exemplo de conduta a ser imitado. Sua cruz é antídoto contra o mal. Este não tem sua origem bem definida. Mas seus efeitos, com todos os requintes, bem tristemente conhecidos.

    Sacrifício central nas Escrituras, profecia no Antigo Testamento e ponto central do Novo, a crucificação, permitida por Deus é, a um só tempo, prova definitiva de amor, assim como a que atrai a si qualquer possibilidade de remissão.

   Caso seja reconhecida, indivíduo a indivíduo, a dimensão do mal e surja, na condição humana, real desejo e carência por arrependimento, a única possibilidade de redenção decorre da cruz.

    E ainda essa consciência da dimensão do mal somente é concedida por Deus. Ele, pessoalmente. Paulo Apóstolo afirma que a "tristeza segundo Deus produz arrependimento". Não há outra natureza de sensibilização para o problema do mal.

   Pode ser discutido, definido, apontado por critérios variados, sejam até cientificos, caso se queira indicar essa modalidade como a mais provável para definir. Do Iluminismo para cá tudo é ciência.

    Mas o conceito de mal aqui é o bíblico. Não se difere do diverso. Aliás, confirma-o. Mas a solução que requer, definitiva, é bíblica, com exclusividade.

    Para o antídoto contra o mal, em todas as suas manifestações, somente a cruz. E as Escrituras também indicam que essa solução não se restringe a essa existência.

    E para que ela se manifeste, ou seja, a solução, a morte não se constitui em obstáculo, assim como não assinala o fim. A morte física, para a Bíblia, é uma descontinuidade. Para além dela há vigência do trauma da cruz.

    Vai se manifestar a cura de todo o mal, na ressurreição, assim como o juízo, para o mal que rejeitou cura. Sim, porque, como denuncia Jesus, "de dentro, do coração humano, é que procedem os maus desígnios".

   Mal tem nome e sobrenome. Vitória sobre o mal também. E o nome dela é Jesus Cristo. Melhor se prevenir nEle e com Ele.

   Porque em Jesus, batizados, ou seja, com Ele unidos, na morte e ressurreição dEle, reside o antídoto para o mal na carne, ou seja, na condição física do ser humano.

   NEle, como dizem as Escrituras, morre o ser humano do pecado e ressuscita o ser humano da justiça que vem pela fé no nome de Jesus Cristo.

    Para banir o mal, em todas e em cada configuração, somente contraposto o trauma da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

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