segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Pastoral

     Fé - sentido prático

     Absolutamente individual e intransferível, faz sentido para quem nutre. Besteira você zombar da fé dos outros.

     Você não tem nada a ver com isso. Crê, problema dele; não crê, problema seu. Fé, por si, não muda fatos.

      Fatos são dados independentes de fé. Se Deus existe, crendo-se nisso ou não, indiferente.

     Minha crença em Deus não muda o fato. A descrença do outro, também não afeta. Fé  só diz respeito a quem tem ou deixa de ter.

      É fato de que a Bíblia diz "sem fé, é impossível agradar a Deus". Mas Deus não depende da fé: nós é que dela dependemos. E dEle também.

      Existem, pelo menos, dois tipos de fé: essa que agrada a Deus e aquela que Tiago menciona, típica dos demônios: creem e estremecem.

       Donde se deduz que apenas crer que Deus existe, de nada adianta. Logo, percebe-se que ter fé, unilateralmente, pode até ser coerente, prudente e inteligente: mas pode ainda não produzir nenhum resultado prático, o principal deles, salvação do mal.

     Pretensão do ser humano querer, por seu próprio método, provar que Deus existe. Ainda que recorra, suprassumo de sua história e competência, ao método científico.

     Por quê? Por uma razão muito simples: Deus não é objeto de conhecimento. É fonte de todo o conhecimento. Como exara a máxima filosófica: o objeto nunca pergunta ao autor por que o fez assim.

      E mesmo para quem acha que é puro fruto do acaso (ou Acaso), isto é, que o Big Bang, a partir do caos, não teve nenhum Autor, continua sendo, esse que não crê, objeto do acaso e não autor. Então, que estude o Big Bang, mas conhecimento da autoria, nunca caberá no seu apparatus.

      E, para quem acha que o ser humano é o autor de Deus e não Deus o autor do ser humano, dá no mesmo: com fé ou sem fé o ser humano é objeto, seja do acaso ou de Deus.

       Por isso o objeto não pode perguntar por que ao autor. Para quem acha que acaba na morte, tanto para quem acha que na morte não se acaba, crer ou deixar de crer não vai mudar os fatos.

       Para quem crê, a fé constitui-se no veículo preciso de acesso ao Autor. Não há como errar. Para esses, isso muda a condição humana na luta contra o mal.

      Para quem não crê, como diletante, ou para quem administra, consigo mesmo, um conflito de fé, sua luta solitária contra o mal tem, em Deus, uma ajuda anônima, desconhecida e inadmissível.

       Deus não depende de você. Deus não é objeto de estudo. Deus se revela a você, a todos e a qualquer um tornando-se homem, simples assim: Jesus.

       Jesus, sim, é Autor e objeto de fé. Deus em Sua misericórdia torna a Si mesmo objeto de fé para o homem. Glória ao Senhor, Autor da minha fé.


     
     

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