segunda-feira, 23 de março de 2020

Lição 3 - Pedro e o primeiro sermão - At 2,14-41

Atos 2,14-41


14. Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras.
15. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia.
16. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:
17. E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;
18. até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.
19. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça.
20. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.
21. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
21. Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
23. sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;
24. ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.
25. Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado.
26. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança,
27. porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
28. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença.
29. Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje.
30. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono,
31. prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção.
32. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.
33. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.
34. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,
35. até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés.
36. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.
37. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
38. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.
40. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.

Introdução

Pedro: o primeiro Sermão. A primeira palavra da igreja ao mundo não vai mudar, ao longo da história, em seus pontos fundamentais. A igreja é que precisa atualizar sua idoneidade, para que não tenha enfraquecido o seu testemunho. At 2,37-39.

1. Entendendo o sermão de Pedro 

      Uma das maneiras pelas quais estudar e entender o sermão de Pedro, o primeiro a ser realizado após a despedida com Jesus, no fato fundante da igreja em Pentecostes, é analisar suas partes. 

    Na (1) introdução, Pedro explícita o que desencadeou sua fala, a circunstância dos indicadores da presença e plenitude do Espírito Santo naqueles dias: 2,14-21.

   O (2) corpo do sermão, em que Pedro expõe os fatos relacionados a Jesus e a interpretação desses fatos, conteúdo este que vai se tornar, a partir de então, o insistente e permanente anúncio da igreja, At 2,22-35.

   E (3) a conclusão, a parte final que encerra e sintetiza toda a argumentação, cobrando de quem ouve um posicionamento diante da mensagem apresentada, At 2,36-40.
    
    Este sermão lança mão de um núcleo de mensagem, presença obrigatória nos demais sermões em Atos, assim como necessária em qualquer legítimo sermão afora, ao longo da história da igreja, até a volta de Jesus Cristo. 

     Que núcleo é esse? Geralmente denominado "kerigma" ou "pregação", trata-se de uma síntese da mensagem do evangelho, incluídos os pontos principais do que Jesus experimentou em sua trajetória.

     Neste sermão de Pedro, corresponde ao trecho:
"...sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela'.

     Os tópicos que definem o núcleo denominado "kerigma", referentes à obra de Cristo, são: (1) entregue para ser crucificado; (2) morto pela iniquidade e pecado humano; (3) ressuscitado pelo poder de Deus. 

       Neste sermão, nos demais sermões em Atos dos Apóstolos e, segundo pesquisadores da história do cânon do Novo Testamento, em quaisquer dos livros da coleção do cânon, estas três partes do kerigma atestam e confirmam como autênticos o testemunho desses sermões e textos canônicos, em geral, registrados nas Escrituras. 

2. As partes do sermão 

2.1. Introdução - 2,14-21: Pedro precisa responder com urgência a reação dos assistentes. Cuidado aqui. Costuma haver confusão, que é afirmar que, pelos apóstolos estarem falando "línguas estranhas", como usualmente é aceito, então as pessoas ao redor identificaram como embriaguez o seu comportamento.

      Não havia motivo para isto, porque está esclarecido que eles identificaram o que estava sendo dito, quando afirmam: "Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?", At 2,11. Estavam, pois, ouvindo sobre as "grandezas de Deus".

     Então, quando disseram "Estão embriagados", At 2,13, foi por perceber os efeitos da "tradução simultânea", ou seja, dos apóstolos falarem na línguas deles, o aramaico, e cada um ali presente ouvir na língua de sua nação de origem. Evidentemente, entre si, questionavam, cada um teimando com o outro que os ouvia em sua própria e individual língua.

     Pedro vai esclarecer, além de, desfazendo a dúvida, "Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia", At 2,15, apontar o que ocorria como cumprimento da profecia de Joel, escrita no livro de mesmo nome, nas Escruritas do Antigo Testamento, Jl 2,28-32.

      Basicamente Pedro esclarece tudo, afirmando três verdades:

 (1) o Espírito Santo está sendo "derramado", ou seja, sem contenção alguma será, pela graça de Deus e ordenação de Jesus, concedido e reconhecido a todo o que crer: "E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne", At 2,17a;

 (2) as características típicas do ministério e atividade profética estarão distribuídas a todos, indistintamente, e independente da idade que, no Antigo Tratamento, era sinal de autoridade: "...vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão", At 2,17b-18;

(3) essas características da autoridade concedida juntam-se aos sinais externos, do cosmos ao redor, aqui citados, e à contínua e intensa oportunidade de salvação para todo o que crer, enquanto durar a era e o tempo do ministério da igreja: "Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo", At 2, 19-21.

        Esta parte do sermão (1) aponta para o fato que ocorre, indicando-o como cumprimento da profecia do "derramamento do Espírito Santo, assim como (2) efetua a transição para a parte seguinte, quando diz que a época que se inicia, marcada pelo derramamento do Espírito, inaugura o tempo em que, como anunciou o profeta Joel, "todo aquele que invocar o nome do Senhor, será (no momento em que invocar) salvo".

2.2. O corpo do sermão - 2,22-35: através do vocativo "Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém", Pedro passa a: (1) apresentar Jesus como "varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais"; (2) corajosamente, apontar a responsabilidade coletiva pela entrega de Jesus, consequente violência contra ele, culminando em sua morte: "sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos"; (3) e a consequente ação de Deus, exclusiva do seu poder, porém condizente com a santidade de Jesus, "ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.

       A seguir, Pedro fará suporte bíblico, da Bíblia de seu tempo, as Escrituras do Antigo Testamento, citando salmos de Davi que confirmam profecias da ressureição. 

       Não poderia ser um argumento melhor escolhido. Porque menciona o rei Davi, herói nacional, os salmos que escreveu, denominando-o profeta. 

      O argumento principal, na forma poética da escritura de Davi, é um diálogo com Deus no qual menciona crer que sua alma não seria esquecida na morte. Porém, na continuidade da argumentação, Pedro menciona que o túmulo de Davi se encontra entre eles e que, portanto, a menção de resgate da condição de morto aplica-se a Jesus, "que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção".
   
     Trata-se do texto a seguir:

"Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança,  porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença. Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas".

      O ponto de destaque, a que Pedro, em sua argumentação, dá maior atenção é a ressurreição de Jesus. Os apóstolos estão sob seu efeito. Em Lucas 24,13-53, na narrativa dos peregrinos a Emaús, este evangelista destaca a surpresa, o grau de importância e a urgência de se vivenciar e divulgar o poder da ressureição de Jesus.

    Este trecho descreve o diálogo de Jesus com os peregrinos, 13-24, a réplica de Jesus, remetendo-os às Escrituras, para conferir o cumprimento de suas promessas, 25-27, e a chegada à aldeia, o testemunho aos demais e a aparição e despedida de Jesus, 28-53, ponto do qual Lucas retoma sua narrativa no livro de Atos dos Apóstolos.

     A igreja precisa recuperar para si a urgência e relevância do destaque que precisa dar ao anúncio da ressureição de Jesus, bem como a experiência que tem da atuação nela desse mesmo poder exercido por Deus na ressurreição de Jesus:

"E qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja,
Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:19-23.

2.3. Conclusão do sermão - 2,36-40: a pergunta feita pelos ouvintes, ao final da pregação do apóstolo Pedro, bem indica o efeito e poder da mensagem entregue, certamente presidida, em todas as suas partes, pela ação do Espírito Santo:
"E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?", Atos 2:37.

     Pedro já havia encerrado sua argumentação, logo após sua exposição sobre as profecias nos salmos de Davi, com as evidencias e poder de Deus, exercido na ressureição de Jesus, com a seguinte interpelação:
"Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo".
Atos 2:36.

     Agora o apóstolo coloca sobre eles a responsabilidade que é de todos, mas cobra deles uma posição, de modo implícito, na afirmação que faz. E, a partir da pergunta que lhe é feita, a parte final, que se constitui num apelo à conversão, esclarece os passos para esta e para qualquer outra autêntica conversão:
"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar". Atos 2:38,39.

      Os passos para a conversão a Jesus são: (1) arrependimento; (2) batismo, em nome de Jesus; (3) perdão dos pecados; (4) recebimento do Espírito ou o batismo com/no Espírito Santo. A seguir, cada passo assinalado por Pedro:

(1) Arrependimento: qual a sua natureza? Paulo Apóstolo explica em 2 Co 7,10:
"Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte".

      Paulo afirma aqui que o ser humano, por si mesmo, não tem condições de se "autoentristecer". Seu arrependimento, desse modo, seria forjado. Dependemos de Deus para nos fazer reconhecer o nosso pecado. Jesus, em Jo 16,8, já havia dito que esse convencimento é tarefa do Espírito Santo:
"E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo".

   Nessa ocasião, em Pentecostes, o termo "conpungiu-se-lhes" o coração significa a sensibilidade dos ouvintes à ação do Espírito Santo neles, para o arrependimento. "Pungir", metaforicamente aqui, significa "ter o coração perfurado por punhal". Isso representa neles a atuação do Espírito, o seu assumir da tristeza segundo Deus e o verdadeiro arrependimento ocorrido.

(2) Batismo em nome de Jesus: desde a irrupção do ministério de João Batista, assim apelidado, que essa cerimônia era questionada pelos judeus. Em Jo 1,19-28, está a narrativa da defesa que fez quando interpelado pelas autoridades de Jerusalém. Nesta situação, o próprio profeta define dois tipos de batismo: (1) o que ele praticava, contrariando, como levita e filho do sacerdote Zacarias, a norma dos rituais de purificação do Templo, somente aplicados aos sacerdotes e agora exposto a todos por ele; (2) e o batismo que Jesus realiza no/com o Espírito Santo, especificamente naquele que autenticamente crê, como confirmação de fé, batismo esse exclusivo e soberano, realizado unicamente por Jesus. Veja, a seguir, a fala do profeta João Batista:
"No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo [...] E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo". Jo 1,29 e 33.

    Pedro aqui se refere aos dois batismos. Quem ali, na oportunidade desse sermão entregue por Pedro se convertesse a Jesus, além de despertar a ira das autoridades judaicas, por se submeter ao batismo cristão, somente teria autenticamente sido convertido se e somente se tivesse sido batizado no Espírito por Jesus.  Daí  a menção final de Pedro: "e recebereis o dom do Espírito Santo".

(3) Perdão dos pecados: arrependimento, batismo no Espírito Santo e perdão dos pecados são atos soberanos da ação de Deus em nossa vida exercidos no momento da conversão. No versículo de 2 Co 7,10 está escrito "arrependimento para a salvação", quer dizer, arrependimento autêntico.

    Porque estão incluídos os três num só ato da soberania de Deus: arrependimento, perdão dos pecados e dom do Espírito Santo, também designado como batismo ou recebimento do Espírito Santo. O perdão do pecado está associado à autenticadade do arrependimento. É por isso que Pedro aqui o menciona: arrependimento é denominado  "tristeza segundo Deus", por ser a tristeza que Deus sente e nós não sentimos, diante do nosso pecado, mas da qual vamos privar e compartilhar com Deus no momento da conversão.

   Decorre do arrependimento, então, o perdão dos pecados, porque o preço, a dívida que tínhamos e a expiação, o esgotamento e compensação pela culpa do pecado, Jesus assumiu para Si na cruz, quando morreu pela salvação de todo o que crer. Não significa que agora se tornam "impecáveis", mas que reconheceram o grau de sua culpa, aceitando e compreendendo o ato divino único para o perdão, a morte e ressureição de Jesus, em comunhão com quem surge uma nova vida, de vitórias contínuas contra o pecado. 

(4) O dom do Espírito: a palavra aqui não é a mesma usada para indicar, em 1 Co 12, a variedade dos dons do Espírito. Lá é "karismata" e aqui é "dorean", ou seja, em 1 Co, receber um entre os dons que o Espírito Santo concede e, aqui, receber o Espírito Santo como dom de Deus. Entendido? No ato da conversão, o Espírito Santo atua para que experimentemos e acolhamos em nós a tristeza de Deus por nosso pecado e, uma vez arrependidos, será operada a salvação, que se constitui em crer na morte e ressureição de Jesus por nossos pecados, arrependimento e fé consumados e autenticados no batismo com o Espírito Santo, efetuado por Jesus, que prometeu e derramou esse mesmo Espírito. O Espírito Santo passa a habitar em nós. 

"Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas.
De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis". Atos 2:32,33.

      E Paulo Apóstolo confirma, aos Efeitos 1,13-14, o modo como o Espírito Santo, como selo de Deus, confirma a nossa fé, mantendo-nos com a marca de sermos prioridade de Deus, até o dia de estar diante dEle:
"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória".

3. Conclusão 
   
      Pela extensão desta Lição 3, não vamos abaixo destacar os pontos mais relevantes de sua argumentação. Veja-os marcados acima em negrito. Mas reafirmamos a urgente necessidade da igreja de, pelo estudo deste e dos demais sermões do livro de Atos dos Apóstolos, reconhecer os fundamentos bíblicos da proclamação que, de modo contente e permanente, não pode se omitir em realizar. Lembrando que essa não é responsabilidade exclusiva somente da liderança, que deve se constituir em exemplo, porque o envio a pregar é responsabilidade para toda a igreja.

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