domingo, 27 de agosto de 2023

Hebreus - argumentos e advertências

"¹ Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, ² a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. ³ O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas". Hb1 

 Introdução: temos crido que Deus falou mesmo muitas vezes e de muitas maneiras? E que agora nos fala pelo Filho? Temos crido que o Antigo Testamento é o registro dessa fala no tempo e que o Novo Testamento é o registro da revelação do Filho?

 Devido à nossa estrutura humana, falha, constantemente precisamos rever nossa postura, e o autor de Hebreus nos ajuda nisso. Entre os argumentos que expõe, após sua introdução, registra palavras de estímulo necessárias para nos ajudar e nos instruir na revisão de nossa postura diante do evangelho.

    Começa afirmando 7 verdades sobre o Filho de Deus. Vai começar por cima, na posição de glória atual, de Jesus, para depois descer ao nosso nível, ao que é necessário alinhar, por meio de argumentos e advertências, para nos conduzir em meio à nossa certeza de fé.

   Ele começa afirmando sobre Jesus, expondo a identidade do Filho: (1) herdeiro de tudo do Pai, (2) foi por meio de quem Deus criou o universo, (3) é o resplendor da glória do Pai e (4) a expressão exata do ser de Deus, (5) sustenta todas as coisas por Sua palavra (a mesma do Pai, em autoridade), (6) fez, por Si, a purificação dos pecados e, finamente, (7) assentou-se junto ao Pai, na glória que somente ele o Pai possuem.

   Agora passa a expor os seus argumentos. Em Hb 1,5-14, ele expõe a superioridade de Jesus em relação aos anjos demonstrando como, no AT, a fala de Deus com o Filho revelava a total intimidade entre os dois, jamais igualada nem entre anjos. Para logo definir quem eles são, em 1,14

1ª advertência: Hb 2,1-4 - (a) apegar-se com mais firmeza às verdades ouvidas; (b) não negligenciar a natureza dessa salvação; (c) Deus deu testemunho por milagres, prodígios, sinais e pelo dom do Espírito Santo.

 Agora, em Hb 2,5-18, passa a destacar as credenciais do Filho, expondo o que significou ter Jesus "participação comum de carne e sangue" conosco. Resumindo, ele diz: (1) Deus sujeita a Jesus o mundo vindouro, em função da glória que herdou; (2) vemos essa glória, ao reconhecer que provou a morte por todos; (3) pois a Deus foi conveniente tornar Jesus autor de nossa salvação, associando-O à nossa santificação; (4) pois o Filho tem conosco total identificação, exceto no pecado, socorrendo-nos em tudo.

2ª advertência: Hb 3,1-4 - (a) considere a pessoa de Jesus, Apóstolo e Sacerdote de nossa confissão (com + sideral); (b) considere a fidelidade de Jesus, da qual Moisés, por exemplo, privou; (c) considere que Jesus é Filho de Deus, Moisés servo, e que a casa de Deus somos nós (e não o tabernáculo ou o templo).

   Neste 3⁰ argumento, Hb 3,5-19, o autor passa a expor como, de que modo louco, o povo de Israel, priorizado na revelação de Deus e a quem Deus concentra seus sinais, não ouviu a palavra de Deus, porque um "perverso coração de incredulidade nos afasta do Deus vivo", v. 12-15.

3ª advertência: Hb 4,1-2 - (a) tenhamos temor (lembrar Paulo, que acrescenta tremor), para não falharmos (ou apostatarmos) como o foi com a congregação do deserto; (b) pois as mesmas boas-novas, a eles e a nós, foi anunciada, mas a eles "a palavra não aproveitou, visto não ter sido acompanhada por fé naqueles que a ouviram".

   No 4⁰ argumento, Hb 4,3-10, o autor discute como aquele povo poderia ter evitado a peregrinação dos 40 anos, apenas filhos e netos terem entrado, com Josué e Calebe, em Canaã. Aliás, eram todos congregacionais, placar de 10 X 2: sendo 10, a vontade deles, e 2, a vontade de Deus. Esse argumento fala de certeza de salvação: quantos já entraram no descanso de Deus?

 4ª advertência: Hb 4,11-13- (a) esforço pessoal e individual, intransferível, para entrar no descanso, porque a palavra de Deus é viva e eficaz; (b) discerne o que vai no espírito e no coração, como uma espada de dois gumes; (c) revela-nos a nós mesmos diante de Deus: não há como nos escondermos.

   Neste trecho, o autor, em Hb 4,14-16, opera uma transição para a próxima jornada em seu texto. Já havia apresentado Jesus como sacerdote. Agora, reitera, confirma, de modo a desconstruir o antigo edifício do sacerdócio da velha aliança, para construir, em Jesus, o sacerdócio eterno, que nos habilita aos céus.

    Também não deixa de prosseguir em suas advertências: (a) tendo Jesus como fiel sumo sacerdote, conservemos firme nossa confissão; (b) Jesus se compadece e é mediador, diante de Deus, de nossas fraquezas, tendo em tudo sido tentado, nunca tendo pecado; (c) acheguemo-nos, diante do trono da graça de Deus, porque sempre haverá graça e misericórdia para nos socorrer.

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