sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O Filho em Hebreus

"¹ Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, ² a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. ³ O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas". Hb 1


   O autor anônimo de Hebreus inicia sua  carta nas alturas. Resumidamente, logo de início afirma: "Deus falou todo o tempo e de todas as maneiras. E agora, para completar, falou-nos pelo Filho".

   Ou seja, o Antigo Testamento está repleto das falas de Deus. Bem, se há quem descreia, ou avalie que tem de garimpar, nessa parte das Escrituras, as falas de Deus, resta crer ter o Altíssimo, agora, para culminar, ter-nos falado pelo Filho.

   Mas, se, com tudo isso, também não crê que Deus tenha falado pelo Filho, ou seja, ser necessário continuar o garimpo das palavras de Jesus nos Evangelhos, ou que os demais escritores do Novo Testamento blefam, pois nem tudo que dizem, dizem-no em nome de Deus, a situação vai se complicando.

    Vai dar na parábola, que o próprio Jesus contou (para quem nisso acredita), que um Senhor de muitas posses retirou-se e entregou aos servos seus bens. E costumava enviar emissários, para saber como tudo caminhava.

    Pois quando chegavam, para ver as contas, sistematicamente era despachados sob peia, como dizem os acreanos, isto é, espancados e despachados intimidativamente. Ainda que mediante a insistência do dono, que sempre enviava outros e outros e outros.

    Até que o Senhor resolveu enviar o filho, herdeiro máximo de tudo, pois assim, pensou, inverto a intimidação, ou seja, não ousarão tocar nele. Pois ocorreu o inusitado ou o mais esperado, os usurpadores de tudo resolveram matar o filho, raciocinando que, desse modo, não restaria ao Senhor dos bens outra solução.

   E assim o fizeram. A moral da parábola é indicar, pela símile, quem nunca creu em tudo o que o Antigo Testamento atestou, como verdadeiro, desmerecendo todos os profetas por Deus enviados (tipificados na parábola como os servos), e, ainda descreia que o Novo Testamento aponte para o Filho, também nEle não crendo, como que matando-o de novo.

   Pois o autor de Hebreus inicia com a descrição da autoridade máxima do Filho, para falar em nome do Pai. E como foi rejeitado e morto. Porém essa morte Deus reverte em benção.

   E inicia expondo a identidade do Filho que, além de (1) herdeiro de tudo do Pai, (2) foi por meio de quem Deus criou o universo, (3) é o resplendor da glória do Pai e (4) a expressão exata do ser de Deus.

   O Filho ainda (5) sustenta todas as coisas por Sua palavra (a mesma do Pai, em autoridade), (6) fez, por Si, a purificação dos pecados e, finamente, (7) assentou-se junto ao Pai, na glória que somente ele o Pai possuem.

   Nessa apresentação, o autor de Hebreus inicia nas alturas, de onde provém o Filho, reafirma a identidade dEle com o Pai, para então, no decorrer de todo o livro discorrer sobre os efeitos de seu ministério e sua estada entre nós.

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