⁶ "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo." 2 Co 4.
No texto acima em que, na carta 2 Co, Paulo associa às consequências da pregação do evangelho, há explícitas ações de Deus equivalentes a outras ocasiões mencionadas nas Escrituras.
Uma delas específica, aquela em Gênesis 1, quando Deus profere, no ato da criação:
³ "Disse Deus: Haja luz; e houve luz. ⁴ E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas." Gn 1.
O ato de "haver luz" é exclusivo da ação de Deus. Luz que se impõe às trevas, distinguindo-se dela, por sua natureza. Portanto, o ato de Deus em resplandecer no coração de quem crê no evangelho, determina a entrada da luz e a expulsão das trevas.
E a Pessoa de Jesus Cristo é essencial nesse processo. Porque pela e na face de Crsito é reconhecido o lugar da glória de Deus e revelado o conhecimento dela.
E o texto afirma que Quem resplandece nas trevas é o próprio Deus, pois não é lugar externo, fora do ser, mas no próprio coração do ser humano, por Deus, que os criou à Sua imagem e semelhança.
²⁷ "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." Gn 1.
O trato é pessoal. Deus não está, como na criação, estabelecendo uma distinção cósmica entre luz e trevas, apenas num sentido teológico ermo, remoto, distante, convencional.
Mas se revela por meio do Filho, em quem, sem perda, toda a Sua glória resplandece e agora, Deus em Pessoa, expulsa as trevas de onde nunca deveriam estar, de dentro do coração humano.
O inusitado dessa ação divina agora específica é que Deus em Pessoa resplandece. A Sua Presença se dá. Não há uma lanterna cósmica celeste que foca corações em trevas e alumia.
Mas Deus se faz presente, refletido e expresso no rosto de Cristo, onde sem falta toda a Sua glória resplandece e se torna conhecida.
Haja luz onde antes imperavam trevas. Dentro do coração humano jamais trevas deveriam estar presentes. O caos primordial deveria ficar de fora.
Mas entrou no coração do homem, uma vez aberto esse caminho pela desobediência a Deus. Sem obediência não existe amor.
Rompido o vínculo com Deus, as trevas que invadiram, permanecem. Quando e onde Deus resplandece, trevas não prevalecem.
Como define o Gênesis, trevas habitam a face do abismo. Vale trocar esaa condição, dos limites do abismo, pela iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
A glória de Deus, mais nítida, vívida e resplandecente do que nunca, no seu devido lugar, em Cristo, é o único antídoto e contraponto às trevas que invadiram o coração humano, manifestada pela presença em Pessoa de Deus.
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