sexta-feira, 26 de março de 2021

Visões da Bíblia - Monte Sinai - 12

       O povo reunido no deserto, em frente ao Sinai, era o cumprimento da promessa feita a Moisés, diante da sarça: "depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte". Êxodo 3:12.

    E o espetáculo preparado seria assustador. Não para que aterrorizasse o povo, mas para que se reconhecessem a si mesmos íntimos do Altíssimo, aquele que, com mão poderosa, os resgatara do império mais poderoso que havia.

     O monte, ao mesmo tempo, fumegaria, como se fosse um vulcão, tremeria, como num terremoto, haveria nuvens e relâmpagos, como se fosse numa tempestade brutal.

     Mas entre todos esses sons, incluídas as trombetas que soariam em advertência a todos, para que não traspassassem os limites para dentro, em direção ao sopé do Sinai, seria assustadoramente distinta a voz de Deus.

       A incapacidade humana de conceber Deus, assim como seu descuido em reconhecer o que representa a santidade dEle tornam arriscada, para o próprio homem, a proximidade com o Todo-Poderoso.

     Deus abomina o pecado. Pelo estrago que ele a si mesmo propõe na vida humana. Deus não pode ser afetado pelo pecado e nem tentado pelo mal. Mas se levanta contra ele para vencê-lo onde se manifesta.

     E a manifestação da Sua glória se dá, para que o homem compreenda esse limite entre luz e trevas, entre o bem e o mal. Em razão de o pecado estar estacionado no homem, é que Deus estabelece esse limite de segurança.

    Em razão disso, somente Moisés sobe à presença de Deus. Até Josué, substituto à altura dele, fica à parte, sem participar dessa entrevista íntima entre Moisés e o próprio Deus. Mas não pensem ser tão próxima assim.

     Moisés ainda curioso pede para ver mais, que Deus, definitivamente, mostre-lhe a Sua glória. Emblemática é a solução de Deus, aconchegando Moisés numa caverna com o dorso das mãos e deixando o legislador vê-Lo pelas costas.

     Ninguém jamais viu a Deus, a não ser o Unigênito que o revela. Nesse dia naquele monte, além de ouvirem a voz de Deus, selando a aliança de obediência à lei, veriam escritas, pelo próprio "dedo" de Deus, as tábuas dos 10 mandamentos, em mais essa concessão de Deus ao se manifestar no mundo físico.

    Mas tão insidioso é o pecado que, sob pressão do povo, o pusilânime Arão cedeu e permitiu um festival aos deuses do Egito, bem em meio ao arraial. Josué, no monte, alarmou que fosse guerra. Moisés, experiente, confirmou ser alarido de festa.

    Nem bem havia descido, o legislador arrebentou com as "tábuas da lei", esculpidas pelo poder de Deus, sem que ninguém as visse inteiras, a não ser ele mesmo e Josué. De nada adiantou o monte fumegar, tremer ou abrigar relâmpagos assustadores.

      De nada adiantou nem ouvir a voz de Deus, tão assustadora que até Moisés quedou terrificado. E não foram as tábuas esculpidas e escritas pelo poder de Deus que foram parar guardadas dentro do baú da arca do concerto, no lugar santíssimo da futura tenda.

     Ficaram estiihaçadas ao pé do Sinai, espedaçadas pelo próprio legislador. Porque a palavra de Deus se fez carne e habitou em tendas no meio de nós. Ali a história estava apenas começando. Porque a aliança foi outra, num outro dia, com outro sacrifício e pelo único sangue derramado que, verdadeiramente, santifica. 

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