terça-feira, 6 de setembro de 2022

Estações da Bíblia - Hebreus 2

    O autor de Hebreus segue sua exortação, advertindo que, diante do que foi exposto, é prudente "apegar-se com mais firmeza às verdades ouvidas", para jamais delas se desviar.

   Ele volta a falar de salvação, essa mesma que é o ponto crucial das Escrituras. Que não deve ser negligenciada, anunciada que foi por palavra de total credibilidade, incluídos os anjos no próprio anúncio.

   Declara que "tão grande salvação" foi anunciada pelo próprio Deus, confirmada na fé dos que ouviram, atestada por sinais, prodígios e vários milhares, como indica Pedro, em seu primeiro sermão, logo após a ascensão de Jesus, terem sido os meios de legitimação da pessoa de Jesus como "varão aprovado por Deus".

    Ainda mencionando anjos, visto ser forte, entre seus leitores, o grau de importância a eles conferida, embora seja ênfase deslocada de eixo, entra nos termos de comparação com o ser humano. Implícita está, na ideia de salvação, a participação de Deus no Filho, com e pelo Filho, visando, especificamente, o ser humano.

    Com anjos, agora comparados aos homens (e mulheres), visa-se, mais uma vez, o Filho, como referência da ação de Deus na salvação. Por causa da morte, que nem Deus e nem anjos experimentam, colocou-se no lugar de todos os homens, trazendo-os consigo para restauração em glória que ele sempre teve.

    O autor detalha os termos dessa identificação do Filho com todo ser humano. O foco é Jesus, e o autor recapitula o papel de Jesus na criação, reafirma a condição do Filho em relação aos anjos, assinala sua identificação com os irmãos de carne, por quem o Filho realiza a salvação, socorrendo-os.

    Na sua argumentação, demonstra que identificação do Filho é, estritamente, com Deus e com os homens/mulheres, ou seja, com a condição humana. O mundo futuro está destinado aos homens e mulheres filhos de Deus, anjos são coadjuvantes. Jesus não se identifica com eles, mas em carne e sangue conosco.

    Corrigindo, pois, a comovisão judaica, vai introduzir a figura de Jesus como sumo sacerdote. Agora sim, prepara-se para responsabilizar todos eles que, desde tempos remotos, obtiveram lei, culto e profecia associados, para indicar, na história, a suprema promessa sumamente cumprida em Jesus.

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