quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Tuda a plenitude de Deus

"... e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus", Efésios 3:19.

    Paulo, em sua oração, na carta aos Efésios, explicita que há uma finalidade, um roteiro percorrido que torna possível "ser tomado de toda a plenitude de Deus".

   Os termos aqui expressos para "ser tomado" e para "plenitude" têm a mesma raiz. Significando ser preenchido, plenificado. Resta saber onde Paulo deseja chegar.

   Isso porque, quando do outro lado da argumentação está Deus, deve haver muita cautela no que se afirma. Pois então, com uma afirmação dessas, Paulo põe a Bíblia num patamar exclusivo.

   Não há, portanto, afirmação mais específica e mais característica do atrevimento das Escrituras quando define até onde vão, com Deus, nossas possibilidades.

   Paulo não menciona somente "ser tomado da plenitude de Deus". Ele interpõe a palavra "toda". Então, avançando a uma culminância que revela duas opções: 1. ser uma fraude, por constatada impossibilidade; 2. ser possível, pela via expressa na própria oração.

    Em que grau ser tomado de toda a plenitide de Deus significa experiência nunca completada. O que Deus já nos proporciona, pela fé, predispõe plenitude, é caminho de senha de acesso, mas nunca é o tudo, o completo.

   A opção de Deus em Seu amor sempre foi o ser humano. Atraí-lo para Si, foi o propósito permanente e original, desde os tempos eternos, muito antes de haver universo: "... nos escolheu nEle antes da fundação do mundo [...] em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos", Paulo já havia dito nessa mesma carta.

   E quanto a nós, foi necessário ter o mínimo de interesse despertado. Pois com muita facilidade se expressa que Ele não existe e, com muita dificuldade, desperta-se no ser humano o interesse por conhecê-Lo.

    Portanto, uma afirmação dessas tem como tendência o descrédito ou a mera mistificação. Para Deus, empolga dedicar-se ao ser humano. Para o ser humano, dispersivo é seu interesse por Deus.

   Para Deus, surpreendeu o ser humano com a revelação completa de Si mesmo, em Pessoa, na Pessoa do seu Filho Jesus Cristo. Se fosse possível dizer que exista, na existência de Deus, um clímax, um ponto máximo, é esse.

   Da parte do homem, relutância em reconhecer. E ainda nós os que cremos, mendigar plenitude. Porque para com Deus, todo o dia é como se fosse o primeiro. Não podemos dizer que dEle nada conhecemos.

   Não podemos dizer que dEle tudo conhecemos. Podemos, sim, afirmar da permanente vocação de Deus por nós. Precisamos, sim, assumir por Ele, em contrapartida, a mesma.

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