segunda-feira, 5 de abril de 2021

Jesus e as estrelinhas - bate-papo com Nicodemos - 1

     A questão é a disparidade que pode existir entre o que vai formulado, como padrão, e o que, na realidade, se processa. Esse foi, mais ou menos, o substrato da conversa entre Jesus e Nicodemos.

    Nicodemos vinha com o formulado, enquanto Jesus vinha com o prático, real e exequível. Não que se esteja contrariando o que está formulado, mesmo porque o que conhecemos dessa conversa entre Jesus e Nicodemos é a formulação dela.

    Mas o modo como se entende. Aliás, esse "modo como se entende" tem um padrão, exatamente como está formulado nas Escrituras.

    Assim como outra diferença, justamente aquela entre "made by God", com "trade mark", ou seja, o "feito por Deus", com "marca registrada", e o supostamente atribuído a Deus. Sim, porque se há Alguém com costas largas é Deus. Ah, se fosse cobrar o que de falso lHe é atribuído. Haja cobrança.

     Jesus cobrou de Nicodemos, o mestre entre mestres, fariseus, que a si mesmos se consideravam "a nata", basta conferir na descrição a si mesmo autoatribuída, feita por Paulo Apóstolo, no tempo em que vestia essa camisa.

    Puro pedigree. Ora, como Jesus gostava desses, como se dizia antigamente, desbundes. Duas cobranças, pelo menos, Jesus fez a Nicodemos: a primeira, como não saber o que é nascer de novo?

     E a segunda, como desconhecer, assim, tão taxativamente falando, o "GPS" do Espírito? Ele não era mestre? Que viesse, então, com as respostas. Tá aí o perigo de pôr formas (leia com /ô/) em Deus (leia também com /ó/, vai dar no mesmo).

     Jesus dizer que o Espírito é como o vento, que não se sabe dizer de onde vem ou para onde vai, absolutamente quer dizer que o Espírito seja um tremendo free lancer, o "improvisador" da Trindade. Não.  Muito pelo contrário. Porque Pai, Filho e Espírito Santo, os três, que são um, seguem, em conjunto ou em separado, o "padrão Trindade", segundo formulado nas Escrituras.

    Quis dizer que, ao contrário do que disse a (que gostava de ser chamada) presidenta, não dá para pôr o vento (ou o Espírito) na garrafa. Enquadrar o Espírito. Como o pessoal gostava daquele trecho das Escrituras "onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade"!

      Mas, como diz o outro, o uso faz a boca torta, daí inverter o sentido do que diz o versículo, exatamente pelo uso indevido. Entenderam que qualquer coisa pode ser atribuída a uma ação do Espírito, porque está posta uma liberdade. Mas é isso que diz o texto?

     Pode até ser por legítima reivindicação, mas o uso do texto se tornou indevido, como legitimação, e vai por aí que se descobre que a terceira Pessoa da Trindade também tem costas largas (e muita, mas muita paciência mesmo).

       Leia-se nas entrelinhas. Jesus quis dizer a Nicodemos que "nascer de novo" está, sim, prescrito no manual, mas é ação exclusiva de Deus. E que o nascido de Deus adquire liberdade no e pelo Espírito, mas não é para fazer badernas (nem as doutrinárias), mas para andar no Espírito.
  
     Que são duas coisas, quais sejam, nascer de Deus e andar no Espírito, marca registrada divina, registradas nas Escrituras, mas que não devem ser confundidas em seu contraponto, que são, todos eles, em sua totalidade, falsos.

      Imitação (sempre barata) de "nascidos de novo" ou dos que "andam (ou se atribuem 'cheios' do) no Espírito.  Leia-se nas entrelinhas. O que tem o selo de Deus, nunca se presta ou se apresenta falsificado. Basta de atribuir, fora de forma (com /ó/ ou da forma, com /ô/) a Deus (ou ao Espírito) o que não passa, por que não dizer, de reles humano.

      Ora, mas não é essa mesma a atribuição, por excelência, do Espírito? Ele é o selo de Deus. Fique ligado. Onde há o selo, há autenticidade. Onde há o selo, pode repetir agora, há liberdade. Mas sem usá-la, como comenta Paulo, para dar lugar ao falível bem humano, sem o selo de Deus. 

     Foi (tudo) isso que Paulo considerou como perda, para ganhar a Cristo. Entendeu, Nicodemos? Está nas entrelinhas. 

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