sexta-feira, 2 de abril de 2021

Cenáculo

    Era a preparação para a Páscoa judaica. Por um lado, as autoridades religiosas já haviam determinado e estavam operantes para prender e eliminar Jesus.

    Enquanto isso, com a calma e a paz que lhe eram características, Jesus recomendava aos discípulos preparar a última Páscoa com ele, sem que disso soubessem.

  O cenáculo mobiliado, o jumentinho indigente, o preceptor diligente e toda a refeição preparada, mais do que provavelmente, pelas mulheres que sempre cooperavam com Jesus.

   E os próprios discípulos discutiam entre si qual deles seria o destaque, no grupo, Judas cuidava da bolsa de coleta e da agenda da traição e Pedro, meio desligado de si, teimava em dizer que jamais se afastaria de Jesus, pouco antes de negá-lo três vezes.

 Esses dois grupos de personagens representam, junto com Jesus, três tendências de compreensão da Páscoa. A primeira delas, indicada pelo próprio Jesus, é a realidade e o lugar da verdadeira Páscoa. 

    O segundo grupo, de algozes do Mestre, que desejavam e planejavam sua morte, representam os que não creem, nem em Jesus, e nem no sentido da verdadeira Páscoa.

    Uma advertência: há religiosos e políticos nesse grupo. E juntos com eles, uma quantidade muito grande de gente que, no primeiro dia da semana, recebe Jesus em festa, gritando "Hosana", quer dizer, "Bendito", para logo depois, na tarde de sexta, gritar "Crucifica-o", ou seja, "Maldito", com pouco menos de uma semana de prazo.

     E o grupo de discípulos, que representa todos os que creem, ainda que disrraídos de tudo o que se avizinha e do mais importante que Jesus havia ensinado, profetizado e advertido.

     Vemos uma mesa e a solenidade do momento. A Páscoa relembrava livramento e libertação. Era um referencial histórico da vida do povo judeu. Em Jesus, vai adquirir um sentido de libertação permanente, além de se aplicar, para fora da tradição judaica, a todos os que crerem, independentemente de raça, língua, povo ou nação.

     Jesus é o referencial da verdadeira Páscoa. O pão que Ele partiu e o vinho que bebeu representam seu corpo e seu sangue. O lugar da salvação é aquele corpo, naquela cruz. Sacrifício definitivo e irrepetido.

      O Espírito Santo o aplica naquele que crê, sem nenhuma necessidade de mediação humana. Jesus é o mediador, Jesus é o sacrifício e Jesus é o sacerdote. Basta crer e recebê-lo como Salvador.

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