terça-feira, 6 de abril de 2021

Jesus e as estrelinhas - o chamado dos apóstolos - 2

     Sem dúvida, os 12 apóstolos tipificam os grupos que hoje, a si mesmos, intitulam-se igreja.  Se a gente focar, ainda que, em alguns casos, com poucas pistas, vai delinear traços de sua personalidade.

     Por exemplo, para começar pela letra "z", de zelota, esse Simão mas parecia um ativista de ideologia radical. Porque os zelotas tinham esse perfil. Para ssr um deles, não tinha como incorporar meios-termos.

     De cara, concordava com as bem-aventuranças em parte.  Essa história de dizer que os "mansos herdariam a terra", duvidava peremptoriamente. Para ele, ser humilde era dificílimo, chorar era fraqueza e gostava mesmo daquela que dizia ter "fome e sede de justiça".

      Quanto a ser perseguido, até admitia, mas vivia dizendo: "Vou encarar". Os dois mais, literalmente, "filhinhos de papai" eram os irmãos Tiago e João.  A mãe, é claro, queria um à direita e outro à esquerda de Jesus.

     Já dizia Salomão, tudo é vaidade. Ah, se ela soubesse que João seria chamado "discípulo do amor". Ia acabar querendo era Jesus à direita dele. E achar que os filhos eram AAA em espiritualidade, sem que seja a única a estabelecer esse tipo de critério.

    Fazer o quê, ela diria: são os melhores. Muito embora os irmãos Pedro e André, também pescadores, muito provavelmente emprestados à empresa do pai deles, Zebedeu, nem mais ligassem, acostumados a essa mania de elitização da mãe dos amigos, filhos de empresário da pesca.

    Os dois levavam numa boa. Talvez até rissem. Aliás, João mesmo registra que foi André quem o convenceu, aguçando sua curiosidade, por acharem Jesus. Ouviram a respeito dele no círculo de João, o "batizador", daí o apelido Batista. Esse queria mesmo era se livrar de discípulos, empurrando-os (ainda bem) para Jesus. André, tendo primeiro achado o próprio irmão Pedro, arrastou também João a seguir, este sim, vocacionado a ser Mestre.

      Mas Felipe foi, pessoalmente, chamado pelo próprio Jesus que, afinal, em termos absolutos, chamou a cada um. Era de Betsaida, cidade desses mesmos irmãos André e Pedro, e encontrou e convidou Natanael, mexendo com a imaginação dele, já dizendo tratar-se do Messias.

     Também chamado Bartolomeu, era meio avoado, vivendo distraído e pensativo debaixo de figueiras. Jesus usou dessa distração para bem indicar a ele que conhecia bem, de antemão, aqueles a quem chamava. E a dupla era tão chegada, André e Felipe, que estavam juntos no cálculo da multiplicação dos pães e na hora que gregos quiseram safar Jesus de sua hora crucial.

     Também foi Felipe que ouviu de Jesus, na hora da despedida deste, "há tanto tempo estamos perto", como dizer, então, "mostra-nos o Pai: quem me vê a mim, vê o Pai". Faltou mencionar Tomé, o cético todo o tempo, Mateus, que todos queriam no lugar de Judas, para cuidar da bolsa, mas a teimosia de Jesus prevalecia sempre, porque tinha seus planos, na maioria das vezes incompreensíveis por eles.

      E Judas, coitado, que a vida toda teve de dizer não, não fui eu: eu sou o outro, Judas Tadeu. Aquele era o Iscariotes. Matias, que entrou por eleição, e o temporão Paulo, por chamado direto de Jesus já ressuscitado, como que nascido fora de tempo.

     E, para terminar, falta citar Tiago, o menor, para ver como esse negócio de "elitização espiritual", ou qualquer outro tipo, pega pra valer. Jesus mesmo, que gostava de pôr apelidos, não concordava com esse tão depreciativo para o rapaz.

     Dois Simão, o Pedro e o Zelota; dois Judas, o Tadeu e o "da bolsa"; dois Tiago, o menor e o maior (segundo a mãe dele); Mateus, o tesoureiro preterido, Tomé, o cético, Natanael, o Bartolomeu sonhador, e a dupla inseparável André e Felipe, e, para não  esquecer, João, o caçulinha, xodó de mamãe.

     Matias e Paulo entram depois, mais tarde até Barnabé é chamado apóstolo, porque eles mesmos foram os primeiros a entender que esse título, mais do que status adquirido, era ser considerado "aquele a quem Jesus envia". Isso bastava para eles.

    

     

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